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A Proclamação da República e a Construção da Identidade Brasileira no Cenário Internacional

A Proclamação da República, ocorrida em 15 de novembro de 1889, completou na semana passada 135 anos. Essa data marca um dos momentos mais significativos da história do Brasil. Por meio de um golpe militar liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, o país substituiu a monarquia, representada pelo imperador Dom Pedro II, por um regime republicano. Esse movimento, no entanto, não foi abrupto, mas resultado de um longo processo político, social e econômico, impulsionado por tensões entre a elite agrária, a insatisfação das Forças Armadas e o avanço do pensamento republicano. A proclamação deu início a um novo capítulo que transformou não apenas o cenário interno, mas também reposicionou o Brasil no cenário internacional.

 

Com o novo regime, surgiram debates sobre o significado de ser brasileiro. Nesse contexto, Deodoro da Fonseca e outras lideranças reorganizaram símbolos, valores e narrativas nacionais. O hino nacional, por exemplo, foi consolidado nesse período. A ideia de uma nação unificada, baseada em um projeto republicano, foi promovida para fortalecer o sentimento de identidade coletiva. Essa mudança foi fundamental para projetar a imagem de um Brasil unido e harmonioso.

 

Durante o reinado de Dom Pedro II, a política externa brasileira buscava modernização e adotava uma postura de neutralidade em conflitos, embora a Guerra do Paraguai tenha sido uma exceção marcante. Já a proclamação da República trouxe consigo a necessidade de se desvencilhar dos laços que conectavam o Brasil à Europa. Assim, teve início um esforço para que o país se percebesse – e fosse percebido – como um ator autônomo no cenário internacional.

 

As novas lideranças republicanas buscaram estreitar laços com outras repúblicas das Américas, especialmente com os Estados Unidos, que emergiam como modelo de democracia e desenvolvimento. Essa aproximação visava não apenas fortalecer alianças comerciais, mas também posicionar o Brasil como um líder regional. Os republicanos viam o país como um aliado estratégico para a expansão da influência americana no hemisfério ocidental.

 

Entretanto, as primeiras décadas da República foram marcadas por tensões internas entre oligarquias regionais e por instabilidades políticas, incluindo golpes e revoltas. Esses fatores prejudicaram a busca por credibilidade internacional, alimentando a desconfiança de outras nações, que ainda viam o Brasil como um estado periférico e dependente de Portugal.

 

Portanto, a Proclamação da República foi um evento de enorme relevância, não apenas para a política interna brasileira, mas também para sua posição no mundo. A transição de um regime monárquico para um republicano ajudou a moldar uma nova imagem do país, mais alinhada às aspirações do final do século XIX e início do XX. Essa nova fase permitiu ao Brasil não apenas fortalecer sua identidade nacional, mas também conquistar um espaço mais significativo no cenário internacional.

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