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A evolução da diplomacia brasileira de 1822 aos dias atuais.

Neste 7 de setembro, foi celebrado o dia da independência. Tal comemoração se refere a quando na mesma data em 1822, às margens do Rio Ipiranga, proclamou Dom Pedro a Independência do Brasil. Desde então, o país tem construído um grande caminho no cenário internacional, repleto de desafios e momentos marcantes. Da busca pela construção de uma política externa sólida e respeitada para a afirmação do Brasil como uma nação soberana e influente até a participação em organismos internacionais, vamos explorar a excepcional trajetória da diplomacia brasileira e sua posição no cenário global ao longo da história do Brasil como nação independente.

 

 

Após a independência, o Brasil precisou conquistar o reconhecimento internacional de sua soberania, um processo complexo que envolveu diversas negociações diplomáticas. Muito se aponta que o primeiro país a reconhecer a independência brasileira foram os Estados Unidos como consequência da ideia estadunidense conhecida como Doutrina Monroe, que defendia “a América para os americanos”, mas, na verdade, a Argentina que assumiu esse posto, quando, um ano antes, em maio de 1823, reconheceu a soberania brasileira por motivos de guerra. O reconhecimento por parte da antiga metrópole, no entanto, somente ocorreu em agosto de 1825, com a assinatura do Tratado de Paz e Aliança. Este tratado exigiu que o Brasil pagasse uma indenização de dois milhões de libras esterlinas a Portugal. A Inglaterra desempenhou um papel crucial como mediadora nas negociações de tal reconhecimento, o que estava atrelado a questões comerciais e alfandegárias estabelecidas em tratados de 1810. Com o reconhecimento lusitano, outras nações europeias e americanas seguiram o exemplo, permitindo que o Brasil estabelecesse relações diplomáticas e comerciais mais amplas no âmbito externo.

 

 

A criação do Itamaraty, oficialmente Ministério das Relações Exteriores do Brasil, foi um marco fundamental na história da diplomacia brasileira. O embrião do Itamaraty pode ser encontrado em um alvará de 1736 assinado por D. João V, que estabeleceu a Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, as quais foram separadas em 1821. Em 1889, após a Proclamação da República, a Secretaria de Negócios Estrangeiros foi, enfim, chamada de “Ministério das Relações Exteriores”. O Itamaraty possui a função de elaborar e implementar a política externa do Brasil, assessorando o Presidente da República nas interações com outras nações e organizações internacionais. Sua fundação, portanto, representou um avanço significativo para a afirmação da diplomacia brasileira e proporcionou ao país a capacidade de desenvolver e consolidar suas relações internacionais de forma mais organizada e eficaz.

 

 

Um aspecto fundamental da política externa brasileira é a participação do país em organismos internacionais, dentre os quais se destacam a ONU, a OMC, a OMS, o Mercosul, a OEA e o FMI. O Brasil é um dos membros fundadores da Organização das Nações Unidas (ONU), criada em 1945, e já participou de mais de 50 missões de paz, enviando em torno de 60 mil militares e policiais ao longo dos anos. É também membro ativo da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo um defensor do comércio justo e das organizações multilaterais na perspectiva de mais equilíbrio no sistema comercial mundial e também contribuindo para a construção de políticas internacionais de saúde pública para o combate das mais diversas doenças que atingem o globo. No contexto regional, o Brasil é um dos membros fundadores do Mercosul, estabelecido em 1991 e que possui o objetivo de promover a integração econômica e comercial entre os países da América do Sul, facilitando a cooperação regional.

 

 

A atuação brasileira nesses organismos demonstra seu esforço em desempenhar um papel ativo e influente no cenário internacional, buscando promover paz e cooperação, e a trajetória da diplomacia brasileira é rica e diversificada, o que reflete a evolução do país desde sua independência em 1822 até os dias atuais. Do reconhecimento da independência até a participação em missões de paz e negociações comerciais, o Brasil tem se empenhado para afirmar sua soberania e influência no cenário global, mesmo com desafios contemporâneos. São, por fim, destacadas a complexidade e a importância da diplomacia na construção da identidade e do papel do Brasil no mundo.

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