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As relações comerciais entre Brasil e Argentina nos primeiros 150 dias do Governo Milei.

A eleição de Javier Milei, que ocorreu no final de 2023, trouxe preocupações quanto ao futuro das relações comerciais entre Brasil e Argentina. Isso se deu, em razão de promessas polêmicas de Milei durante sua campanha, demostrando suas intenções de governo caso vencesse as eleições. Alguns exemplos são a dolarização da economia argentina e a extinção do Banco Central argentino como uma forma de diminuir a inflação, além da defesa da saída da Argentina do Mercosul – bloco econômico de integração regional extremamente relevante e composto por diversos países sul-americanos.

 

Outro ponto importante presente nas suas declarações antes de assumir o cargo foram as duras críticas de Milei desferidas ao presidente Lula, deixando incertezas no que tange à relação e ao comércio entre Brasil e Argentina. Vale lembrar que a Argentina é um dos principais parceiros comerciais do Brasil, sendo o quarto país para o qual mais exportamos. Nesse sentido, economistas temem que as medidas de teor liberal do presidente argentino, ainda que esse não pareça, de fato, ter intenção de cumprir a promessa eleitoral de retirar o país do Mercosul, possam enfraquecer a atuação de um dos expoentes mais expressivos do bloco econômico.

 

Devido a ajustes na economia argentina, as exportações brasileiras para o país, entre janeiro e março, caíram 28% quando comparadas ao primeiro trimestre do ano anterior. Por outro lado, o presidente argentino acredita que aumentar as importações é essencial para o combate à inflação, trazendo dúvidas e oposições dentro do país ao prejudicar pequenas e médias empresas que não conseguem competir com produtos importados. Acerca do cenário econômico argentino, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que, em 2024, a Argentina irá sofrer uma contração de 2,8% no PIB, representando uma queda pior que a de 2023 (1,6%). Portanto, há uma diminuição na atividade econômica e um aumento brutal do custo de vida, representadas pela inflação, além de um tensionamento entre o Legislativo e o Judiciário argentinos, uma vez que muitas das propostas de Milei não foram aprovadas.

 

Mais recentemente, na semana do dia 15 de abril, houve um encontro entre Brasil e Argentina para discutir o comércio dos protagonistas do Mercosul, com o primeiro sendo representado pela secretária de comércio exterior Tatiana Prazeres e o último, pelo equivalente a esse mesmo cargo na Argentina, Pablo Lavigne. Esse encontro teve como finalidade estreitar os laços comerciais entre os países, fortalecendo esse comércio bilateral.

 

Sendo assim, apesar de Lula e Milei não manterem relações diretas, da queda nas importações argentinas de produtos brasileiros, bem como do panorama econômico grave argentino e dos atritos entre os governos, a parceria comercial entre os países segue, ainda que com turbulências e menos expressiva quando comparada aos anos anteriores.

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