A indústria cinematográfica brasileira tem se consolidado cada vez mais no cenário internacional, desempenhando um papel fundamental no fortalecimento do soft power do país. O conceito de soft power refere-se à capacidade de influenciar o mundo por meio da cultura, valores e políticas, e o cinema tem sido uma das principais ferramentas para projetar o Brasil no exterior, promovendo sua rica diversidade cultural e moldando percepções globais.
A internacionalização do cinema nacional reflete a crescente habilidade do Brasil em dialogar com audiências globais, criando narrativas que ultrapassam as fronteiras nacionais. Em tempos de globalização, o Brasil utiliza sua produção cinematográfica como uma forma de ganhar relevância cultural e diplomática. A presença do cinema brasileiro em festivais como Cannes, Veneza e Toronto, com produções que desafiam estereótipos e abordam temas universais sob uma perspectiva brasileira, contribui para a construção de uma imagem moderna e conectada com questões globais, como direitos humanos, desigualdade e justiça social.
O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, é um excelente exemplo de como o cinema brasileiro tem sido utilizado como uma poderosa ferramenta de soft power. A produção explora temas históricos cruciais, como a ditadura militar, e coloca o espectador diante de questões políticas e sociais profundas, ressoando não apenas com o público brasileiro, mas também com audiências internacionais. O reconhecimento de Fernanda Torres com o prêmio de Melhor Atriz em Filme Internacional no Critics’ Choice Awards, e a seleção do filme para concorrer ao Oscar 2025, mostram como o cinema nacional é capaz de projetar histórias locais em uma escala global, dialogando com as sensibilidades de uma audiência cosmopolita.
É importante entender que essa internacionalização também está ligada ao crescimento de plataformas de streaming, como Netflix e Amazon Prime, que têm expandido o acesso às produções brasileiras. Filmes como Cidade de Deus e Central do Brasil se consolidaram no exterior por suas narrativas autênticas dos cenários brasileiros, expandindo o imaginário nacional para o mundo.
Essa visibilidade não apenas coloca o Brasil no mapa das grandes produções, mas também reforça sua influência cultural globalmente. Além disso, o reconhecimento de atores, diretores e roteiristas brasileiros em premiações internacionais atrai investimentos estrangeiros para a indústria, gerando um ciclo positivo que fortalece a produção e incentiva a criação de novas obras.